oráculos e a espiritualidade

Para que servem os oráculos?

Não importa qual a técnica- tarô de Marselha, runas, baralho cigano, borra de café, búzios as artes oraculares despertam até nos indivíduos mais céticos certa curiosidade e interesse. Embora a palavra seja de origem grega e signifique resposta dos deuses, muitas outras culturas em tempos ainda mais remotos já utilizavam  pedras e outros elementos da Natureza para tentar entender a realidade sutil e também buscar – inutilmente- controlar totalmente o futuro.

Como em qualquer campo do conhecimento humano há, dentre os que trabalham com diversos oráculos, muitos charlatães, despreparados e irresponsáveis. Mas estão disponíveis também pessoas sérias e responsáveis.

O futuro não é determinista. Ele é o resultado de todas as escolhas que fizemos no passado e fazemos no presente. Não apenas ações, mas também a forma como enxergamos a realidade. E não estamos falando de mentalismo, mas de criação de campos vibratórios que possibilitam bençãos ou problemas.

É preciso muita atenção com nosso sentir e pensar. Padrões repetitivos encontrarão, em um momento ou outro, muitas vezes de distração, oportunidades de se materializar. É como aquela pessoa querida que você pode criticar mentalmente todo dia. Em um momento de falta de controle, tudo o que você pensa é dito sem querer, causando muito arrependimento.

A maior parte dos oráculos não carecem de mediunidade, mas de muito estudo, disciplina e compreensão de símbolos.

A mestra em tarô Luiza Papaleo, por exemplo, respeita o tarólogo que usa de talismãs e velas para ler as cartas, porque se sente mais seguro com tais práticas pessoais, mas ensina que tais elementos não são necessários para a tarologia. Por outro lado, estudo constante e prática são imprescindíveis.

É preciso muito cuidado também para não se criar uma relação de dependência com o consulente. Os oráculos traduzem em símbolos visíveis o inconsciente do assistido e até apontam os possíveis conflitos, tensões e facilidades que o indivíduo poderá vivenciar. Mas é preciso que ele tome decisões, se prepare, se organize para aproveitar oportunidades ou minimizar problemas que são apontados.

As ciências de previsão servem para isso: preparar o indivíduo para que ele tome as decisões corretas. É como a previsão do tempo. Diante de uma iminente chuva, podemos cancelar compromissos, mudar de roupa, munirmo-nos de guarda-chuva ou ignorar tudo isso e nos molharmos, enfrentarmos um trânsito absurdo e o caos que muitas vezes se instaura em dias de tempestade.

Os oráculos podem ser grandes conselheiros, mas não entregue a eles a condução de sua vida. São como bússolas, ou aquela biruta dos aeroportos, apontam direções, mostram possibilidades, mas a ação é apenas nossa.

 

Ricardo Hida é astrólogo, tarólogo e babalorixá. Autor do livro Guia para quem tem Guias – Desmistificando a Umbanda. Apresentador do programa “Encontro Astra”, todas às terças-feiras, às 19h30, na rádio Vibe Mundial, 95,7 FM.


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