Autoconhecimento: quando conhecer a si próprio depende do outro

Frase de Sócrates que todo espiritualista tem na ponta da língua: Conhece-te a ti mesmo. O processo, no entanto, é muito mais complicado do que se pensa. É bem verdade que ninguém pode saber melhor quem é você do que você mesmo. Mas nem sempre a percepção que temos de nós próprios é totalmente correta.

Daí a necessidade de ferramentas terapêuticas e também saber ouvir o outro para ter um melhor entendimento de quem somos. E nesse caso, o saber é muito importante no ouvir. Primeiramente a percepção que nossos amigos e familiares têm acerca de nós é baseada em seus valores e nem sempre corresponde a realidade, e algumas vezes pode vir acompanhada de projeção, cobranças e manipulações. Mas podem dar boas pistas.

Temos determinados cacoetes, inclusive mentais e emocionais, que nem nos damos conta porque estão conosco há tanto tempo e que nos parecem naturais. Da mesma maneira, dificuldades de expressão podem ser uma barreira que não temos consciência. Achamos que somos claros ao falar, mas pouca gente nos entende.

Podemos ainda acreditar, dentro das nossas ilusões, que fazemos o nosso melhor, quando na verdade, somos profissionais, amigos, maridos, esposas, pais e mães medíocres.

E daí que surge o espanto no caso de demissão, de não promoção no trabalho e até no divórcio. Sempre fico estarrecido quando alguém se diz surpreso diante de uma ruptura emocional que não seja decorrente de morte física.

Há outras ferramentas que também podem colaborar nesse mergulho interior. Além da psicanálise e da psicologia analítica, por exemplo, há também a astrologia e até mesmo práticas meditativas.

É interessante observar, por exemplo, em giras com pretos velhos, como alguns consulentes se espantam ao se ver retratados pelos mentores espirituais. Muito da magia de um encontro em uma consulta espiritual se dá por conta do autoencontro.

O nosso corpo também diz mais de nós mesmos do que imaginamos, A nossa forma física, nossas doenças, nosso andar, nosso sono refletem com clareza nosso universo interior.

Somos criados para achar culpados por nossas realidades. Recente livro de Alexandre Cumino, Exu não é o diabo, mostra como o conceito do demônio foi uma criação humana para justificar seus próprios erros e também criar a dependência em algumas religiões, dos fiéis para com os líderes “espirituais”.

Autoconhecimento é reconhecer seus potenciais, nem sempre desenvolvidos, nossas limitações e também nossos sonhos e valores. É sobretudo ter a coragem de se enxergar sem rótulos, culpas ou medos. É ficar nu diante de um espelho. Muitos homens e mulheres se dizem incapazes de olharem-se pelados em uma imagem refletida. Medo de se encarar ou falta de habilidade de se conhecer?

Só o autoconhecimento poderá dizer.

Ricardo Hida, Akíndemi

Serviço:

CELV – Centro Espiritualista Luz e Vida

Giras abertas ao público:

Domingos: 10h00 às 12h00

Endereço: Estrada Baltazar Manoel, 745, Potuverá, Itapecerica da Serra – SP

 

Ricardo Hida é astrólogo, tarólogo e babalorixá. Autor do livro Guia para quem tem Guias – Desmistificando a Umbanda. Apresentador do programa “Encontro Astra”, todas às terças-feiras, às 19h30, na rádio Vibe Mundial, 95,7 FM.

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